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Referência Debian
Capítulo 13 - Programação


Não use "test" como o nome de um arquivo de teste executável. O test é um comando interno de shell.


13.1 Onde começar

Referências:

Muitos documentos informativos longos podem ser obtidos como brochuras do GNU.

As próximas quatro seções contêm scripts de exemplo em diferentes linguagens para criar um arquivo texto de informação de uma conta para ser adicionado no /etc/passwd usando um processador de arquivo de lote como o programa newusers. Cada script requer como entrada um arquivo com linhas na forma prenome sobrenome senha. (Os diretórios home do usuário real não serão criados através desses scripts.)


13.2 Shell

Ler scripts shell é a melhor maneira de entender como um sistema similar ao Unix funciona. Aqui, dou alguns apontamentos e lembretes de programação shell. Veja Erros de Shell para aprender a partir de erros.


13.2.1 Bash – o shell interativo padrão do GNU

Referências sobre o Bash:

Programa de exemplo curto (cria entradas de conta para o newusers a partir da entrada padrão):

     #!/bin/bash
     # (C) Osamu Aoki Sun Aug 26 16:53:55 UTC 2001 Public Domain
     pid=1000;
     while read n1 n2 n3 ; do
     if [ ${n1:0:1} != "#" ]; then
     let pid=$pid+1
     echo ${n1}_${n2}:password:${pid}:${pid}:,,,/home/${n1}_${n2}:/bin/bash
     fi
     done

13.2.2 Shells POSIX

Vários pacotes fornecem um shell POSIX no Debian:

Se você estiver escrevendo um script shell para portabilidade, é melhor escrevê-lo como um script shell POSIX. Use o /bin/sh ligado ao ash (ou dash) para testar sua compatibilidade POSIX. Evite escrever scripts com bashismo ou o zshismo que parece assemelhar-se à sintaxe de csh. Por exemplo, evite:

A descrição para o shell nesse documento aplica-se somente aos shells tipo POSIX e assim não se aplica aos shells tipo csh incluindo tcsh.


13.2.3 Parâmetros shell

Há vários parâmetros especiais a lembrar:

     $0      = nome do shell ou do script shell
     $1      = primeiro(1) argumento do shell
      ...
     $9      = nono(9) argumento do shell
     $#      = número de parâmetros posicionais
     "$*"    = "$1 $2 $3 $4 ... $n"
     "$@"    = "$1" "$2" "$3" "$4" ... "$n"
     $?      = estado de saída do comando mais recente
     $$      = PID desse script shell
     $!      = PID do trabalho em background iniciado mais recentemente

Expansões de parâmetros básicas a lembrar:

         Forma       Se var está def.(*)  Se var não está def.(*)
     ${var:-string}  $var                string
     ${var:+string}  string              null
     ${var:=string}  $var                string 
                                         (e executa var=string)
     ${var:?string}  $var                (echo string e então sai)

Aqui, os dois pontos `:' em todos esses operadores são atualmente opcionais.

Substituições de parâmetros básicas a lembrar:

         Forma        Resultado
     ${var%sufixo}    Remove menor padrão sufixo
     ${var%%sufixo}   Remove maior padrão sufixo 
     ${var#prefixo}   Remove menor padrão prefixo 
     ${var##prefixo}  Remove maior padrão prefixo

13.2.4 Redirecionamento shell

Redirecionamentos básicos a lembrar (aqui o [n] é um número opcional para especificar o descritor de arquivo):

     [n]> arquivo   Redireciona stdout (ou n) para o arquivo.
     [n]>> arquivo  Adiciona a stdout (ou n) ao arquivo.
     [n]< arquivo   Redireciona stdin (ou n) a partir do arquivo.
     [n1]>&n2       Redireciona stdout (ou n1) para n2.
     2> arquivo >&2  Redireciona stdout e stderr para o arquivo.
     | comando      Faz um pipe da stdout para o comando.
     2>&1 | comando  Faz um pipe da stderr e stdout para o comando.

Aqui,

O shell possibilita que você abra arquivos usando o comando interno exec com um descritor de arquivo arbitrário.

     $ echo Olá >foo
     $ exec 3<foo 4>bar  # abre arquivosopen files
     $ cat <&3 >&4       # redireciona stdin p/ 3, stdout p/ 4
     $ exec 3<&- 4>&-    # fecha arquivos
     $ cat bar
     Olá

Aqui, n<&- e n>&- significam fechar o descritor de arquivo n.


13.2.5 Condicionais de shell

Cada comando retorna um estado de saída que pode ser usado para expressões condicionais:

Note que o uso do valor 0 aqui para significar "verdadeiro" difere da convenção normal de outras áreas da computação. Além disso, `[' é o equivalente do comando test, que avalia seus argumentos até o `]' como uma expressão condicional.

As sentenças condicionais básicas a lembrar são:

     comando && se_sucesso_executa_esse_comando_também || true
     command || se_insucesso_ao_invés_executa_esse_comando
     
     if [ expressão_condicional ]; then  
      se_sucesso_executa_esse_comando
     else
      se_insucesso_executa_esse_comando
     fi

Aqui o || true foi necessário para garantir que esse script shell não finalize nessa linha acidentalmente quando o shell for invocado usando com a opção -e.

Os operadores de comparação de arquivos nas expressões condicionais são:

     -e arquivo            Verdadeiro se o arquivo existe.
     -d arquivo            Verdadeiro se o arquivo existe e é um diretório.
     -f arquivo            Verdadeiro se o arquivo existe e é um arquivo regular.
     -w arquivo            Verdadeiro se o arquivo existe e é gravável.
     -x arquivo            Verdadeiro se o arquivo existe e é executável.
     arquivo1 -nt arquivo2 Verdadeiro se o arquivo1 é mais novo que o arquivo2. (modificação)
     arquivo1 -ot arquivo2 Verdadeiro se o arquivo1 é mais antigo que o arquivo2. (modificação)
     arquivo1 -ef arquivo2 Verdadeiro se eles são o mesmo dispositivo e número de inode.

Os operadores de comparação de cadeias de caracteres em expressões condicionais são:

          -z str    Verdadeiro se o comprimento de str é zero.
          -n str    Verdadeiro se o comprimento de str não é zero.
     str1 == str2   Verdadeiro se as cadeias de caracteres são iguais.
     str1 = str2    Verdadeiro se as cadeias de caracteres são iguais.
         ( "=" deve ser usado no lugar de "==" para conformidade POSIX estrita )
     str1 != str2   Verdadeiro se as cadeias de caracteres não são iguais.
     str1 <  str2   Verdadeiro se str1 é ordenada antes de str2 (depende do locale).
     str1 >  str2   Verdadeiro se str1 é ordenada depois de str2 (depende do locale).

Os operadores de comparação aritmética inteira nas expressões condicionais são -eq, -ne, -lt, -le, -gt, e -ge.


13.2.6 Processamento de linha de comando

O shell processa um script como a seguir:

As aspas simples dentro de aspas duplas não têm efeito.

Executar set -x no shell ou invocá-lo com a opção -x faz com que o shell imprima todos os comandos executados. Isso é um tanto útil para depuração.


13.3 Awk

Referências sobre o Awk:

Programa de exemplo curto (cria entrada para o comando newusers):

     #!/usr/bin/awk -f
     # Script para criar um arquivo adequado para usar no comando 'newusers',
     # a partir de um arquivo consistindo de identificações de usuários e senhas na forma:
     # Prenome Sobrenome senha
     # Copyright (c) KMSelf Sat Aug 25 20:47:38 PDT 2001
     # Distribuído sob a GNU GPL v 2, ou sob sua opção, qualquer versão posterior.
     # Este programa é distribuído SEM QUALQUER GARANTIA.
     
     BEGIN {
         # Atribui UID, GID que está iniciando
         if ( ARGC > 2 ) {
              startuid = ARGV[1]
              delete ARGV[1]
         }
         else {
             printf( "Uso:  newusers startUID arquivo\n" \
                "  onde:\n"\
                "    startUID é o ID do usuário a adicionar, e\n" \
                "    arquivo é um arquivo de entrada na forma:\n" \
                "      prenome sobrenome senha\n" \
             )
             exit
         }
     
         infile = ARGV[1]
         printf( "Iniciando UID: %s\n\n", startuid )
     }
     
     /^#/ { next }
     
     {
         ++record
         first = $1
         last = $2
         passwd = $3
         user= substr( tolower( first ), 1, 1 ) tolower( last )
         uid = startuid + record - 1
         gid = uid
         printf( "%s:%s:%d:%d:%s %s,,/home/%s:/bin/bash\n",  \
              user, passwd, uid, gid, first, last, user \
              )
     }

Há dois pacotes que fornecem um awk POSIX no Debian:


13.4 Perl

Este é o interpretador em um sistema similar ao Unix.

Referências sobre o Perl:

Programa de exemplo curto (cria entrada para o comando newusers):

     #!/usr/bin/perl
     # (C) Osamu Aoki Sun Aug 26 16:53:55 UTC 2001 Public Domain
     $pid=1000;
     while (<STDIN>) {
             if (/^#/) { next;}
             chop;
             $pid++;
             ($n1, $n2, $n3) = split / /;
             print $n1,"_",$n2,":", $n3, ":",$pid,
                       ":",$pid,",,,/home/",$n1,"_",$n2,":/bin/bash\n"
     }

Para instalar o módulo Perl nome_módulo:

     # perl -MCPAN -e 'install nome_módulo'

13.5 Python

Esse é um interpretador orientado a objeto muito bom.

Referências sobre o Python:

Programa de exemplo curto (cria entrada para o comando newusers):

     #! /usr/bin/env python
     import sys, string
     
     # (C) Osamu Aoki Sun Aug 26 16:53:55 UTC 2001 Public Domain
     # Portado do script awk de KMSelf Sat Aug 25 20:47:38 PDT 2001
     # Este programa é distribuído SEM QUALQUER GARANTIA.
     
     def usages():
         print \
     "Uso:  ", sys.argv[0], " start_UID [nome_de_arquivo]\n" \
     "\tstartUID é o ID de usuário iniciando a adicionar.\n" \
     "\tnome_de_arquivo é o nome do arquivo de entrada. Se não especificado, entrada padrão.\n\n" \
     "Formato do arquivo de entrada:\n"\
     "\tprenome sobrenome senha\n"
                      return 1
     
     def parsefile(startuid):
         #
         # filtro principal
         #
         uid = startuid
         while 1:
             line = infile.readline()
             if not line:
                 break
             if line[0] == '#':
                 continue
             (first, last, passwd) = string.split(string.lower(line))
             # acima falha com número errado de parâmetros :-)
             user = first[0] + last
             gid = uid
             lineout = "%s:%s:%d:%d:%s %s,,/home/%s:/bin/bash\n" %  \
                 (user, passwd, uid, gid, first, last, user)
             sys.stdout.write(lineout)
             +uid
     
     if __name__ == '__main__':
         if len(sys.argv) == 1:
             usages()
         else:
             uid = int(sys.argv[1])
             #print "# UID start from: %d\n" % uid
             if len(sys.argv) > 1:
                 infilename   = string.join(sys.argv[2:])
                 infile = open(infilename, 'r')
                 #print "# Read file from: %s\n\n" % infilename
             else:
                 infile = sys.stdin
             parsefile(uid)

13.6 Make

Referências sobre o Make:

Variáveis automáticas simples:

Sintaxe de regra:

     alvo: [ pré-requisitos ... ]
      [TAB]  comando1
      [TAB]  -comando2 # ignora erros
      [TAB]  @comando3 # suprime o eco

Aqui, [TAB] é um código TAB. Cada linha é interpretada pelo shell depois de fazer a substituição de variável. Use \ no fim de uma linha para continuar o script. Use $$ para entrar $ para valores de ambiente para um script shell.

Regras implícitas para o alvo e pré-requisitos podem ser escritas, por exemplo, como:

     %: %.c header.h

ou

     %.o: %.c header.h

Aqui, o alvo contém o caracter % (exatamente um deles). O % pode corresponder a qualquer sub-cadeia de caracteres não vazia nos nomes de arquivo do alvo atual. Os pré-requisitos da mesma forma usam % para mostrar como seus nomes se relacionam com o nome do alvo atual.

Regras de sufixo são a forma obsoleta de definir regras implícitas para o make. Elas ainda são suportadas no GNU make por compatibilidade, mas use regras de padrão equivalente, sempre que possível:

     regra de sufixo antiga --> nova regra de padrão
     .c:                    --> %  : %.c
     .c.o:                  --> %.o: %.c

Variáveis automáticas para a regra:

     foo.o: new1.c new2.c old1.c new3.c
     $@ == foo.o                         (alvo)
     $< == new1.c                        (o primeiro)
     $? == new1.c new2.c new3.c          (os mais novos)
     $^ == new1.c new2.c old1.c new3.c   (todos)
     $* == `%' padrão correspondente no padrão alvo.

Referências variáveis:

     foo1 := bar    # Expansão única
     foo2  = bar    # Expansão recursiva
     foo3 += bar    # Adiciona
     SRCS := $(wildcard *.c)
     OBJS := $(foo:c=o)
     OBJS := $(foo:%.c=%.o) 
     OBJS := $(patsubst %.c,%.o,$(foo)) 
     DIRS  = $(dir diretorio/nomearquivo.ext) # Extrai "diretorio"
     $(notdir NAMES...), $(basename NAMES...), $(suffix NAMES...) ...

Execute make -p -f/dev/null para ver as regras internas automáticas.


13.7 C

Preparação:

     # apt-get install glibc-doc manpages-dev libc6-dev gcc

Referências para o C:


13.7.1 Programa C simples (gcc)

Um exemplo simples para compilar example.c com uma biblioteca libm em um executável run_example:

     $ cat > example.c << EOF 
     #include <stdio.h>
     #include <math.h>
     #include <string.h>
     
     int main(int argc, char **argv, char **envp){
             double x;
             char y[11];
             x=sqrt(argc+7.5);
             strncpy(y, argv[0], 10); /* evita buffer overflow */
             y[10] = '\0'; /* preenche para ter certeza que string termina com '\0' */
             printf("%5i, %5.3f, %10s, %10s\n", argc, x, y, argv[1]);
             return 0;
     }
     EOF
     $ gcc -Wall -g -o run_example example.c -lm
     $ ./run_example
             1, 2.915, ./run_exam,     (null)
     $ ./run_example 1234567890qwerty
             2, 3.082, ./run_exam, 1234567890qwerty

Aqui, a opção -lm é necessária para ligar a biblioteca libm para o sqrt(). A biblioteca real está no /lib/ com o nome de arquivo libm.so.6, que é um link simbólico para o libm-2.1.3.so.

Veja o último parâmetro no texto de saída. Há mais de 10 caracteres apesar de %10s ser especificado.

O uso de funções que realizam operações de apontadores sem verificações de limite, como o sprintf e o strcpy, está ultrapassado pois não elas evitam as vulnerabilidades causadas por buffer overflow que leva aos efeitos acima. Ao invés disso, use snprintf e strncpy.


13.7.2 Depurando


13.7.2.1 Depurando com o gdb

Preparação:

     # apt-get install gdb

Referências sobre o gdb:

Use o gdb para depurar um programa compilado com a opção -g. Muitos comandos podem ser abreviados. A expansão de tab funciona como no shell.

     $ gdb programa
     (gdb) b 1                # define ponto de parada na linha 1
     (gdb) run arg1 arg2 arg3 # executa o programa
     (gdb) next               # próxima linha
     ...
     (gdb) step               # avança um passo
     ...
     (gdb) p parm             # imprime parm 
     ...
     (gdb) p parm=12          # define o valor para 12

Para depurar a partir do Emacs, consulte o Resumo de comandos do Editor (Emacs, Vim), Seção 11.3.4.


13.7.2.2 Verificar dependências de bibliotecas

Use o ldd para determinar as dependências de bibliotecas de um programa:

     $ ldd /bin/ls
             librt.so.1 => /lib/librt.so.1 (0x4001e000)
             libc.so.6 => /lib/libc.so.6 (0x40030000)
             libpthread.so.0 => /lib/libpthread.so.0 (0x40153000)
             /lib/ld-linux.so.2 => /lib/ld-linux.so.2 (0x40000000)

Para o ls funcionar em um ambiente usando chroot, as bibliotecas acima precisam estar disponíveis no ambiente chroot.

Os seguintes comandos também serão úteis:


13.7.2.3 Depurando com ferramentas de detecção de fuga de memória

Há várias ferramentas de detecção de fuga de memória disponíveis no Debian.

Verifique também as Ferramentas de Depuração para Alocação Dinâmica de Armazenamento e Gerenciamento de Memória.


13.7.3 Flex – um Lex melhor

O flex é um gerador de analisador léxico rápido.

Referências sobre o flex:

Você precisa fornecer suas próprias funções main() e yywrap(), ou seu programa.l deve parecer assim para compilar sem uma biblioteca (yywrap é um macro; %option main ativa %option noyywrap implicitamente):

     %option main
     %%
     .|\n     ECHO ;
     %%

Alternativamente, você pode compilar com a opção -lfl do ligador no fim da sua linha de comando cc (como o AT&T-Lex com -ll). Não é necessário %option nesse caso.


13.7.4 Bison – um Yacc melhor

Há vários pacotes que fornecem um gerador de analisador LALR compatível com Yacc no Debian:

Referências sobre o bison:

Você precisa fornecer suas próprias funções main() e yyerror(). A função main() chama a yyparse() que chama a yylex(), geralmente criada com o FleX.

     %%
     
     %%

13.7.5 Autoconf

O autoconf é uma ferramenta para produzir scripts shell que configuram automaticamente pacotes de código fonte de software para adaptá-lo às muitas formas de sistemas similares ao UNIX usando o sistema de criação GNU inteiro.

O autoconf produz o script de configuração configure. O configure cria automaticamente um Makefile personalizado usando o modelo Makefile.in.


13.7.5.1 Compilar e instalar um programa

O Debian não mexe em arquivos no /usr/local (veja Suportando diversidades, Seção 2.5). Então se você compilar um programa a partir da fonte, instale-o no /usr/local, assim ele não interferirá com o Debian.

     $ cd src
     $ ./configure --prefix=/usr/local
     $ make
     $ make install # isso coloca os arquivos no sistema

13.7.5.2 Desinstalar um programa

Se você ainda tiver a fonte e o programa usar o autoconf/automake e se você puder lembrar-se de como o configurou:

     $ ./configure todas-as-opções-que-você-deu
     # make uninstall

Por outro lado, se você tem certeza absoluta de que o processo de instalação põe arquivos somente sob o /usr/local e não há nada importante lá, você pode apagar todo seu conteúdo com:

     # find /usr/local -type f -print0 | xargs -0 rm -f

Se você não tiver certeza de onde os arquivos foram instalados, deve pensar em usar o checkinstall, que fornece uma maneira limpa para a desinstalação.


13.8 Preparação de documentos


13.8.1 Processamento de texto roff

Tradicionalmente, o roff é o principal sistema de processamento de texto do Unix.

Veja roff(7), groff(7), groff(1), grotty(1), troff(1), groff_mdoc(7), groff_man(7), groff_ms(7), groff_me(7), groff_mm(7), e info groff.

Há um bom tutorial sobre macros -me. Se você tiver o groff (1.18 ou mais novo), encontre o arquivo /usr/share/doc/groff/meintro.me.gz e faça o seguinte:

     $ zcat /usr/share/doc/groff/meintro.me.gz | \
          groff -Tascii -me - | less -R

O seguinte fará um arquivo texto completamente plano:

     $ zcat /usr/share/doc/groff/meintro.me.gz | \
         GROFF_NO_SGR=1 groff -Tascii -me - | col -b -x > meintro.txt

Para imprimir, use a saída PostScript.

     $ groff -Tps meintro.txt | lpr
     $ groff -Tps meintro.txt | mpage -2 | lpr

13.8.2 SGML

Preparação:

     # apt-get install debiandoc-sgml debiandoc-sgml-doc

Referências sobre o debiandoc-sgml:

O SGML possibilita o gerenciamento de vários formatos de um documento. Um sistema SGML fácil é o Debiandoc, que é usado aqui. Ele requer pequenas adaptações dos arquivos texto originais para os seguintes caracteres:

Para marcar uma seção como um comentário não imprimível, entre:

     <!-- Indique o problema aqui ... -->

Para marcar uma seção com um comentário alterável, entre:

     <![ %FIXME; [ Indique o problema aqui ... ]]>

Em SGML, a primeira definição de uma entidade vence. Por exemplo:

     <!entity % qref "INCLUDE">
     <![ %qref; [ <!entity param "Dado 1"> ]]>
     <!entity param "Dado 2">
     &param;

Isso finaliza como "Dado 1". Se a primeira linha tiver "IGNORE" ao invés de "INCLUDE", isso finaliza como "Dado 2" (a segunda linha é uma sentença condicional). Além disso, a repetição de frases pode ser definida antes separadamente do contexto.

     <!entity quem-e-esse "meu">
     Olá &quem-e-esse; amigo.
     Esse é  &quem-e-esse; livro.

Isso resulta no seguinte:

     Olá meu amigo.
     Esse é meu livro.

Veja o exemplo curto de SGML sample.sgml nos exemplos.

Quando os documentos SGML ficam maiores, algumas vezes o TeX que é usado como o processador de texto em plano de fundo (backend) pode causar erros. Veja TeX/LaTeX, Seção 13.8.3.


13.8.3 TeX/LaTeX

Preparação:

     # tasksel # selecione Miscellaneous  --> TeX/LaTeX environment

Referências para LaTeX:

Esse é o ambiente de editoração mais poderoso. Muitos processadores SGML o usam como seu processador de texto. O Lyx fornecido nos pacotes lyx, lyx-xforms, ou lyx-qt oferece um agradável ambiente de edição WYSIWYG para LaTeX enquanto muitos usam o Emacs e o Vim como alternativa para o editor de fonte.

Há muitos recursos online disponíveis.

Quando os documentos ficam maiores, algumas vezes o TeX pode causar erros. Você precisa aumentar o tamanho do pool no /etc/texmf/texmf.cnf (ou mais apropriadamente, edite o /etc/texmf/texmf.d/95NonPath e execute update-texmf) para resolver isso.


13.8.4 Programação Letrada (Literate Programming)

Ao invés de escrever código contendo documentação, o programador letrado escreve documentação contendo código. Essa abordagem garante uma boa documentação para um programa.

Para mais detalhes sobre programação letrada, veja Programação Letrada.


13.8.4.1 Noweb

Preparação:

     # apt-get install nowebm

Referências para o Noweb:

Essa é uma ferramenta de programação letrada semelhante a WEB que é mais simples mas fornece extensibilidade e independência de linguagem. [59] Quando o noweb é invocado, ele escreve o código fonte do programa nos arquivos de saída mencionados no arquivo noweb, e escreve um arquivo TeX para documentação editorada.

O pacote Debian ifupdown é um bom exemplo.

     $ apt-get source ifupdown
     $ cd ifupdown*
     $ make ifupdown.pdf ifupdown.ps

13.8.4.2 Doxygen

Preparação:

     # apt-get install doxygen doxygen-doc doxygen-gui

Referências para o Doxygen (criadas por doxygen!):

Ele pode gerar documentação HTML, RTF, páginas de manual Unix, PostScript, e PDF (usando LaTeX) para programas em C++, C, Java, IDL e até certo ponto PHP e C#. O Doxygen é compatível com JavaDoc (1.1), Qt-Doc, KDOC e foi projetado especificamente para ser usado para projetos que fazem uso do toolkit Qt da Troll Tech. Ele cria gráficos de dependência de include, diagramas de colaboração, e gráficos de hierarquia de classe gráfica mesmo para programas não documentados. A saída é similar à documentação da Qt.


13.9 Empacotamento

Preparação:

     # apt-get install debian-policy developers-reference \
             maint-guide dh-make debhelper
     # apt-get install packaging-manual # se for Potato

Referências sobre empacotamento:


13.9.1 Empacotando um binário simples

Método curto e grosso para empacotar um binário simples de Joey Hess.

     # mkdir -p mypkg/usr/bin mypkg/DEBIAN
     # cp binary mypkg/usr/bin
     # cat > mypkg/DEBIAN/control
     Package: mypackage
     Version: 1
     Architecture: i386
     Maintainer: Joey Hess <joeyh@debian.org>
     Description: my little package
      Don't expect much.
     ^D
     # dpkg-deb -b mypkg

13.9.2 Empacotando com ferramentas

Use o dh_make do pacote dh-make para criar um pacote inicial. Então, continue de acordo com as instruções de dh-make(1). Ele usa o debhelper no debian/rules.

Uma alternativa mais antiga é usar o deb-make do pacote debmake. Ele não usa os scripts debhelper e depende apenas do shell.

Se quiser exemplos de pacotes de várias fontes, veja o "mc" (dpkg-source -x mc_4.5.54.dsc), que usa o "sys-build.mk" de Adam Heath (doogie@debian.org), e a "glibc" (dpkg-source -x glibc_2.2.4-1.dsc), que usa outro sistema do falecido Joel Klecker (espy@debian.org).


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Referência Debian

CVS, Seg Abr 3 22:58:08 UTC 2005

Osamu Aoki osamu@debian.org
Paulo Rogério Ormenese (líder: pt-br) pormenese@uol.com.br
Autores, Seção A.1